Porra. Dez anos. Foi há dez anos que isto começou. Foi há dez anos que depositei as primeiras palavras neste espaço virtual. Tinha 23 anos, trabalhava no jornal A Capital, queria tanto escrever e o blog nasceu. Porque sim, porque me apetecia, porque precisava de um espaço para debitar parvoíce. Na altura estava a fazer um curso de escrita humorística com o Ricardo Araújo Pereira (medo... foi há dez anos) e o blog era perfeito para publicar os textos que ia escrevendo. Escrevia para mim, essencialmente, e a minha ambição bloguística não passava da diversão. Queria escrever e divertir-me com isso. Mais nada. Depois vieram os amigos. Depois os amigos dos amigos. Depois tanta gente que não conheço. Nestes dez anos diverti-me muito. Ri-me muito com este blog. Falei sobre muitas coisas, serviu de escape para muitas coisas. Abriu-me portas, trouxe-me outras possibilidades, deu-me novos amigos, conheci histórias fantásticas e hoje, nem sei muito bem como, este blog é a minha profissão. Sou paga para me divertir, para fazer o que gosto, há trabalho melhor do que este? Acabou por se tornar no meu projecto. Caramba, tenho algo meu, mesmo meu. Apeteceu-me desistir algumas vezes pelo caminho. Não são tudo rosas. Há dias em que não nos apetece chatear, há outros em que achamos que já dissemos tudo o que tínhamos para dizer. Mas depois vou na rua, depois estou num café, depois vou viajar, depois compro uns sapatos, depois vejo uma notícia, depois o Benfica ganha, depois caso-me ou tenho filhos, e tenho vontade de partilhar isso com alguém. Tenho vontade de o partilhar com vocês, com os que vêm sempre, com os que vêm pela primeira vez, com os que gostam, com os que riem, com os que se emocionam. São inúmeras as coisas boas que este blog me trouxe, mas saber que faço a diferença na vida de alguém, mesmo que de uma forma insignificante, é o melhor. Cada vez que alguém me envia um mail a dizer que estava a ter um dia de merda, que veio ao blog e que acabou a dar uma gargalhada, penso que continua a cumprir-se o objectivo. Divertir-me. Divertir-vos. Dirão os críticos costumeiros, intelectuais apuradíssimos, que os blogs para nada servem, que impera a futilidade, que isto nem sequer é profissão a sério. Pois que se lixem. Eu escrevo para mim. Escrevo para os que gostam de ler. E escrevo também para os que odeiam e passam cá a vida, que uma pessoa não pode ser ingrata e todas as visitas contam.
Quando comecei este blog não fazia ideia de que ia durar dez anos. E também não faço ideia de quantos mais durará. Não faço planos, nunca fiz, nunca pensei no que isto se poderia tornar. E ainda me custa a acreditar que, todos os dias, há tanta gente desse lado. Obrigada, meus pequenos póneis. Vocês são, de facto, espectaculares. =)