A hipocondríaca que vive dentro de mim passa a vida a ter pesadelos com doenças e pensa que qualquer sintoma, mesmo que seja uma unha encravada, tem potencial para ser fatídico. Uma amiga minha, médica, diz que só vou morrer lá para os 90, tamanho o estado de alerta em que vivo. Verdade que estou sempre em stress, a imaginar o pior, mas verdade também que estou muito atenta a tudo o que se passa neste corpitxo. Não corro para as urgências à mínima coisinha. Aliás, a última vez que corri, há duas ou três semanas, foi mesmo porque já não estava a dar mais. Cheguei lá com uma faringinte aguda (à qual a médica se referiu como "que desgraça que vai para aqui") e siga para uma semana de antibiótico. Tau!
Passo a vida a dizer que o meu presente de Natal de sonho era assim uma semanita num hospital com free pass para fazer toooooodos os exames e análises que quisesse. Só mesmo para confirmar que estava tudo ok. Mas pronto, enquanto esse dia chega e não chega, vou arranjando estratégias intermédias. Há uns meses, achei que era importante fazer um check-up pós-gravidez. Fui à médica e pedi o pacote de análises mais completo, um daqueles que vem descrito em 86 folhas. Como sempre, estive em stress até receber os resultados, sempre a achar que iam detectar uma qualquer doença rara, mas não. Tudo ok. Excepto... o colesterol. Verdade que o meu colesterol está sempre a atirar para o altito, mas desta vez ultrapassava os 200. Ahhhh, alerta, alerta!
Claro que não é preciso ser uma neurótica das doenças, como eu, para saber que o colesterol elevado não é uma coisa fixe. Mas será que tudo o que se diz é verdade? Será que não há por aí uns quantos mitos em torno do colesterol? Tipo“ah isso do colesterol é só para velhos” ou “tens colesterol porque só comes porcarias” não correspondem assim tanto à realidade quanto isso. Enfim. Deixo-vos alguns mitos que descobri sobre o colesterol para que não paniquem da próxima vez que forem fazer análises e entretanto vou só ali enfardar mais um pacote de bolachas (calma, são daquelas de arroz com sabor a cartão, não se enervem).
Nem todo o colesterol é mau
Sempre que falavam em colesterol associava o termo a um problema de saúde gravíssimo que tinha de ser imediatamente controlado. Em parte, isto até é verdade, mas é preciso perceber que existem dois tipos de colesterol, um bom e um mau. Primeiro, existe o LDL, que é o tipo de gorduras que ficam acumuladas nas nossas artérias e podem causar problemas de saúde se não for controlado. Por outro lado existem as HDL, que são as lipoproteínas que transportam as gorduras que estão nos tecidos do organismo para o fígado, para que este as possa eliminar. É por isso que a chamam de colesterol bom, mas acho que deviam mudar o nome para colesterol fofinho.
O colesterol só afeta as pessoas mais velhas
Durante muito tempo acreditei que só as pessoas da idade é que tinham problemas de colesterol. Mas não! Olhem para mim: 25 anos e entupida de colesterol, quem diria? Há inclusive um estudo do Instituto Nacional de Saúde, feito em 2015,que concluiu que 53% das pessoas entre os 35 e os 44 anos têm o níveis de colesterol elevado ou tomam medicação. Portanto, meus amigos, esqueçam lá isso de ser uma coisa só para os pais e para os avós, sim?
Temos colesterol alto porque comemos mal
É verdade que a alimentação que fazemos tem um impacto significativo nos nossos níveis de colesterol, mas até as pessoas com uma alimentação super saudável e cuidada podem ter os níveis mais altos. Isto porque o colesterol alto pode ser um problema hereditário que os nossos pais, avós ou até irmãos tiveram, em algum momento, e a genética, essa coisa maravilhosa, fez com que tivéssemos também. O meu pai sempre teve o colesterol elevado, mesmo sendo super cuidadoso com a alimentação, por isso acho que a mim também me saiu na rifa.
Não há cura para o colesterol elevado
Pessoa hipocondríaca como sou, acho que todas as maleitas que apareçam no meu corpo são para a vida e que nunca me vou desfazer delas. Acontece que, no caso do colesterol, a coisa até tem uma solução. Primeiro, tenho de deixar de ser uma lontra e começar a mexer este corpinho e fazer algum desporto. Segundo, tenho de deixar o vício do chocolate e outras gordices, uma verdadeira blasfémia e uma tortura, mas lá terá de ser.
Depois, é começar a tomar um suplemento para ver se isto vai ao sítio. Na farmácia aconselharam-me a tomar o Arterin, um suplemento com levedura de arroz vermelho que é rica em Monacolina K, uma estatina natural que ajuda a manter e a estabilizar os níveis de colesterol. Basta um comprimido por dia para começarem a sentir algumas diferenças.
Estima-se que o colesterol elevador cause um terço de todas as doenças cardiovasculares em todo o mundo. Só em Portugal, quase 70% da população tem níveis de colesterol iguais ou superiores a 190. A minha ideia não é assustar-vos, mas sim lançar aqui o alerta, porque isto não é uma brincadeira e conceitos como enfartes, AVC, hipertensão ou diabetes também não. Vamos controlar esse colesterolzinho? Hmmmm?
Post em parceria com Arterin