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Recebo muitos mails de malta (mulheres, claro!) que vai de férias e não sabe o que enfiar na bagagem. É sempre um dramalhão. Cá por casa, e apesar de as viagens serem actividade muito apreciada, fazer a mala é uma tarefa do demónio. Sobretudo porque me falta o poder da adivinhação. Pronto, ok, dependendo do destino e da finalidade da viagem (campo, cidade, praia, trabalho, lazer), dá para prever mais ou menos aquilo que é preciso levar, mas e os imprevistos? E se o tempo muda abruptamente? E se há uma praga de gafanhotos? E se, coisa que me acontece com frequência, não me apetece usar NADA do que levei? Pois, minhas boas amigas, é preciso contar com isto tudo. Ou então não, vá de atirar meia dúzia (ou várias dúzias) de coisas para dentro da mala e está o assunto arrumado. Confesso, eu acho que peco por excesso. Como estou sempre a pensar nos "e se" (e se chove? E se faz frio? E se há uma tempestade de areia? E se é preciso ir a um sítio mais composto? E se me marcam um jantar com o Bradley Cooper?), acabo por levar a mala maior, a rebentar pelas costuras e a pesar aí uns bons 300 quilos.
Nas últimas viagens tenho tentado aplicar o termo "descomplicar". O problema é que descomplicar -ou seja, levar menos tralha atrás - implica um maior planeamento daquilo que se enfia na mala. Quando são viagens de trabalho o processo é relativamente fácil. Há uma agenda, sei que vou ter este e aquele evento, por isso escolho a roupa consoante o programa. Mas quando vou em modo freestyle a coisa complica-se.
Mas bom, façam o que eu digo, não façam o que eu faço. Tendo em conta os muitos mails a perguntar "vou de fim-de-semana, o que levo?", "vou de férias para praia, o que levo?", "vou uma semana para Nova Iorque, o que levo?", aqui vão algumas dicas que podem ajudar:
- Não deixem para amanhã o que podem ir fazendo ao longo da semana. Tenho o péssimo hábito de fazer a mala na véspera de viajar. Quando digo véspera é mesmo ali de madrugada. Moral da história: já estou cheia de sono, sem paciência, não me apetece estar ali a fazer conjuntinhos e combinações, por isso vá de atirar com tudo para dentro da mala e seja o que Deus quiser. Invariavelmente, esqueço-me sempre de qualquer coisa ou levo coisas que não fazem sentido nenhum e dou por mim a pensar "mas porque raio trouxe isto?". Assim sendo, o ideal é ir fazendo a mala com calma, até para termos tempo de vermos se o que queremos levar está limpo, passado a ferro, etc. Que ponha o dedo no ar quem nunca pensou "preciso MESMO de levar aqueles calções/vestido/camisa" e onde é que estão, onde, onde? No cesto da roupa suja.
- Tentem limitar-se ao âmbito da viagem. Se vão para a praia é capaz de não fazer muito sentido levar uns botins, se vão para umas férias de cidade onde terão de andar 27 km por dia talvez não precisem meeeeeesmo de levar uns saltos altos. O ideal é que respondam a algumas questões: qual é o destino? Que tipo de actividades irão fazer? Qual a duração das férias? Qual a previsão do clima? A partir daqui, e se não entrarem em grandes devaneios, têm a base para a vossa mala de férias.
- Se tiverem de saltar em cima da mala para ela fechar é porque, provavelmente, estão a levar mais do que aquilo que precisam (a menos que estejam a tentar enfiar roupa para 15 dias numa mala de cabine). O truque é deixar sempre algum espaço, não só porque queremos sempre trazer qualquer coisa mas porque se dá um estranho fenómeno: no regresso as coisas parecem ocupar seeeeempre mais espaço do que na ida.
- Procurem levar conjuntos preparados em vez de se limitarem a escolher peças ao calhas. Dá trabalho antes, mas poupa-vos trabalho durante as férias e é uma forma de garantir que levam realmente aquilo que precisam e que não vão passar as manhãs a olhar para a mala como se estivessem a olhar para o vazio, a desesperar por não terem nada para enfiar nos vossos corpos espectaculares. Numas férias de praia, regra geral precisamos de dois looks: qualquer coisinha prática para ir para a praia (calções, t-shirts, vestidinhos, saídas de praia) e um para a noite, para ir jantar ou dar uma volta.. Levem um conjunto por dia e depois acrescentem mais meia dúzia de peças, uma ou outra peça assim mais especial (para um jantar ou uma saída mais txanan) e um casaco leve ou uma camisola. Eu disse
meia dúzia, não aproveitem já para se entusiasmarem e transformarem a mala de viagem num Carnaval.
- Ao fazer os conjuntos, tentem que as peças sejam versáteis e facilmente conjugáveis entre si, para terem mais opções e para que possam levar menos roupa.
- ACESSÓRIOS! Não ocupam muito espaço e transformam logo qualquer look. Tentem levar peças mais simples e apostem nos acessórios.
- Um bom truque pode ser levar menos partes de baixo (que são mais pesadas e que não se sujam tanto) e em cores mais neutras e investir mais nas partes de cima. Uns calções de ganga ou umas calças brancas não são propriamente peças marcantes, podem usá-las mais do que uma vez sem que ninguém se lembre.
COMO FAZER A MALA:
- Escolham uma com as dimensões apropriadas para as vossas férias. Não levem um trolley de cabine se vão de férias três semanas (a menos que sejam pessoas mesmo muito desprendidas!) nem uma mala de 90 litros só para um fim-de-semana prolongado. É sempre preferível que as coisas vão um bocadinho mais à larga do que todas espremidas. Tenham também em atenção o peso e o material da mala, sobretudo se vão de avião. Já há malas enormes e super leves. Pessoalmente, prefiro as rígidas e com quatro rodas na base, muito mais fáceis de empurrar.
- Façam uma lista de tudo o que querem levar (para além da roupa): placa de alisar o cabelo, carregadores, máquina fotográfica, livros, bolsa de maquilhagem, etc. Na hora de fazer a mala só têm de recolher as coisas e guardá-las, sem stresses de última hora.
- A primeira coisa que devem enfiar na mala são as calças. Pelo menos um par de jeans é obrigatório, por isso levem o vosso preferido, o que têm a certeza que vos fica a matar. Coloquem-no no fundo da mala sem o dobrar, deixando as pernas de fora. No fim, dobrem as pernas por cima da restante roupa. Isso vai evitar vincos nas calças.
- Por cima das calças vêm as saias e os calções. De seguida, as peças mais volumosas, como as camisolas ou casacos. Tentem dobrá-las apenas ao meio. As peças mais pesadas devem ficar sempre na base da mala, para não amassarem as outras.
- Por último, arrumem as peças mais leves, como os vestidos, os tops e as t-shirts (que podem ir enroladinhas e arrumadas nas laterais da mala, onde costuma sobrar espaço). Se tiverem paciência para isso, escolham materiais menos sensíveis aos amarrotanços.
- As peças mais sensíveis aos vincos, como as camisas, devem ficar no cimo, com todos os botões apertados e dobradas na forma tradicional.
- Se quiserem ou precisarem de levar um blazer, essa deve ser a última peça a entrar na mala, virado do avesso e dobrado em quatro.
- Enfiem os sapatos em saquinhos (de tecido ou só mesmo de plástico, os mais banais) e guardem-nos no compartimento separado da mala. Não se esqueçam de levar sempre um par de havaianas (mesmo no inverno, dão jeito para usar no quarto), calçado raso (ténis, sabrinas, sandálias) e um par de saltos para usar à noite, se vos apetecer (numa cor mais neutra, tipo camel, dourado, preto). O calçado é pesado e volumoso, por isso não abusem, três ou quatro pares são suficientes, para além dos que já levam calçados (no meu caso ainda tenho de levar os de corrida). Não levem calçado para estrear, prefiram coisas que já conhecem e que sabem que não vos vão deixar mal.
- Eu gosto de levar a roupa interior num saquinho, mas já percebi que faz imenso volume, por isso ou a ponho naquelas bolsinhas da mala que têm um fecho, ou a espalho pela mala, onde houver espaço livre. As meias podem ser enfiadas dentro de sapatos ou de carteiras. Quanto aos soutiens, há um estudo que diz que uma mulher usa o mesmo durante três dias, o que significa que para uma semana só precisarão de dois ou três. Independentemente da quantidade, levem cores mais neutras, sem padrões e com alças amovíveis, para poderem usá-los com vários tipos de roupa. Quanto às cuecas, um par por dia (mínimo!) e mais dois ou três extra, just in case.
- Os acessórios também podem ir dentro dos sapatos, carteiras ou espalhados pelos cantinhos da mala.
- Então e carteiras? Levem uma maior, num tom mais versátil, que tanto dê para dar umas voltas como para irem à praia. Se preferirem, também podem levar aqueles saquinhos de pano para a praia, não ocupam espaço nenhum. No meu caso, costumo levar o sacalhão da Vuitton (modelo Neverfull), que é o que eu chamo de mala de combate, vai para todo o lado e é versátil o suficiente para poder ser usado numa data de situações (até na praia). Depois levem também uma carteira mais pequena, para a noite. E chega!
- Não se esqueçam do pijama!
- O nécessaire pode ir dentro da mala ou ser daqueles maiores que são despachados para o porão. Eu prefiro que vá sempre dentro da mala. Se não são amigas de usar os champoos e amaciadores dos hotéis, podem sempre levar os vossos, mas transfiram-nos para os frascos de viagem, para minimizar o peso.
- Se forem viajar de avião, e caso tenham balança em casa, pesem a mala antes. Só para evitar terem de andar a abrir a mala em pleno aeroporto, a transferir coisas. Já me aconteceu um par de vezes e é do mais irritante que há. E, assim como assim, ninguém tem de ver a cor das vossas cuecas ou o vosso pijama do Winnie the Pooh.
- Como sou pessoa de extrema confiança e acredito que a bagagem vai chegar direitinha ao seu destino, nunca cumpro esta regra, mas devia: levar na bagagem de mão algumas coisas que podem ser úteis caso a nossa mala se extravie. Por exemplo, uma muda de roupa, alguns artigos de higiene, roupa interior, um biquíni, medicamentos. Ou seja, o suficiente para se sobreviver sem bagagem durante um ou dois dias. Usem também a bagagem de mão para guardar artigos de valor (máquina fotográfica, computador, jóias)
- Ponham um identificador na mala, com as vossas informações, não vá dar-se o cabo de - o Diabo seja cego, surdo e mudo - se extraviar e ir parar ao Burkina Faso. Arrependi-me amargamente de não ter posto um identificador na mala quando fui agora para Cannes. Levava uma mala vermelha da Samsonite, enorme, achei que não haveria assim tantas, sobretudo por ser mesmo grande. Mas tenho várias malas e nunca me aconteceu cruzar-me com uma igual. Foi desta. A mala vermelha da Samsonite aparece no tapete, aqui a pessoa encaminha-se para ela e, como sempre, e visto que nunca ponho identificador, fui verificar o nome na fita autocolante da companhia aérea. Não trazia nome, só dizia Air Turkish. Ok, voltei a pô-la no tapete. De repente, uma rapariga bate-me no ombro e diz "está ali um senhor com uma mala igual a esta, se calhar é a sua". Olhei e a mala era mesmo igual. Tive alguma vergonha de lá ir, mas como reparei que o senhor tinha a mala com identificador concluí que não devia ser a minha. Moral da história, só à terceira mala vermelha da Samsonite é que acertei. Não volto a repetir a brincadeira.
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Enfim, espero ter ajudado. Como é óbvio, isto são só dicas, cada um que leve o que quiser e acomode da melhor forma que conseguir.
Se andam à procura de uma mala (para as férias ou para outra ocasião qualquer), aproveitem os saldos na loja online da Samsonite (www.samsonite.pt), que há por lá óptimas oportunidades. Sou parceira da marca já há algum tempo, mas mesmo antes de o ser as minhas malas eram da Samsonite. São de óptima qualidade, duram uma vida e quem me tira os modelos mais levezinhos (como a Cosmolite, na primeira imagem) tira-me tudo. No site podem também ver os modelos mais adequados para o tipo de viagem que pretendem: negócios, praia, cidade, aventura, etc e tal.
Post escrito com o apoio da Samsonite