Quando engravidei decidi que não ia entrar em histeria com o peso. Não estava para passar nove meses a ver a barriga crescer e a controlar cada caloria ingerida. Não queria, obviamente, engordar 30 quilos, e sabia que se a coisa se começasse a descontrolar muito teria de tomar algumas medidas, mas basicamente comi o que quis ao longo de oito meses. Sem pesos na consciência. E se eu tinha fome, senhores! No primeiro e no último trimestre tinha vontade de comer um boi. Não comi. Mas comi chocolates, gelados, hamburgers, cozido à portuguesa e tudo o que me apeteceu. Na última pesagem que fiz tinha 71 quilos , mais 12 ou 13 do que pesava antes de engravidar. A médica disse-me para tentar ganhar só mais um quilo até ao final, para depois não custar muito a recuperar o peso, mas tenho a certeza que se o Mateus não tivesse vindo ao mundo cinco semanas antes do previsto eu ainda iria alombar com mais 3 ou 4 quilos em cima. Nada de dramático, não estava nada ralada com o assunto. Fiquei-me pelos 71 e só ontem me voltei a pesar. A balança marcava 64, o que significa que sete quilos já foram à vida e que tenho cinco para aniquilar. Sem pressas. Perguntei à médica quando poderia voltar a fazer desporto e ela disse-me para esperar, no mínimo, seis semanas. Tinha esperança que ela me dissesse para esperar um ano. Ou mesmo dois. Sei que tenho de voltar à actividade física, sei que estou mais mole do que um pudim, mas a vontade é zero! A gravidez foi a desculpa perfeita para não mexer o rabo durante meses. Ainda tentei fazer ginásio e umas caminhadas, mas fui proibida pela médica por ter o útero muito reduzido. O miúdo ainda me nascia às 25 semanas. Por isso, quando me perguntam o que fiz para manter a forma durante a gravidez, a minha resposta é... nada. Juro que não é para meter nojo, tipo top model com metabolismo supeeeer rápido e que se alimenta a folhas de alface e depois diz que come de tudo e não engorda. Não fiz exercício, comi que nem uma lontra, por isso não se pode dizer que tenha sido assim um grande plano. Não estou a dizer que este é o procedimento a seguir. Foi o que eu fiz, mas cada grávida saberá o que é melhor para si. E também não estou impecável. Estou flácida, com uma barriga de quatro meses (e meio), mas também me estou nas tintas para isso. Aos poucos a coisa irá ao lugar, ou então não. Assim de repente, também não tenho de estar a posar em biquíni para uma revista daqui a dois dias, por isso não há stresses. Chateia-me um bocadinho essa pressão que se põe em cima das recém-mamãs, como se ao fim de duas semanas já tivessem de estar qual Miss Mundo. Ok, claro que também convém não abusar e justificar o excesso de peso com um "tive um filho", quando a criança já tem 17 anos. Mas também não é preciso entrar em paranóia numa luta desenfreada pelo peso de outrora, porque o corpo mudou e até é possível que nunca mais volte a ser o mesmo. É só diferente. By the way, adorei ver a Kate Middleton a sair da maternidade. Não só pelo vestido às bolinhas (fofinhaaaa) e pelo cabelo maravilhoso, mas por assumir a barriga pós-gravidez. Não veio de lá toda enfaixada, a fingir que já estava fresca e fofa e pronta para outra! Acho que, naquele momento, muitas mulheres pelo mundo fora suspiraram de alívio. Eu, pelo menos, adorei o momento de normalidade que aquela imagem me proporcionou. Um grande clap, clap, clap para a Kate!
↧