Ontem li este texto com um misto de terror e incredulidade. Terror por saber que há uma miúda de 15 anos a viver assim, com medo até de respirar, sem poder sair à rua, sem poder estar com as amigas, sem poder ir ao Facebook, sem poder fazer tudo aquilo que as miúdas de 15 anos gostam de fazer. Incredulidade por saber que ninguém, NINGUÉM faz nada. A Carolina já foi molestada várias vezes, já foi várias vezes vítima de agressão, e NINGUÉM age. Os pais vivem desesperados com tanta inércia, querem proteger a filha e não sabem como, ninguém os ajuda, ninguém lhes estende a mão. As autoridades (in)competentes vão empurrando o assunto com a barriga, talvez à espera que aconteça uma desgraça, talvez à espera que a Carolina se mate ou a matem para depois virem dizer que foi uma tragédia, que nada fazia prever aquele desfecho (????) e que será aberto um inquérito, para que casos como o da Carolina não se voltem a repetir. Somos o país dos inquéritos. Somos incapazes de antecipar desgraças, mesmo que nos esfreguem toda a informação os olhos, mas lá nisso dos inquéritos (que geralmente dão em nada), somos os maiores. A Carolina tem de ser protegida AGORA, enquanto é tempo. Tem de mudar de casa, tem de mudar de escola, tem de começar do zero e tentar, pelo menos tentar, voltar a uma adolescência normal. Eu juro que sou daquelas que acham que violência gera violência e que essa não é a resposta, mas se isto não dá vontade de distribuir uns quantos murros (pelos agressores e por quem vai assistindo sem nada fazer), então não sei. Já há quem se esteja a mobilizar para ajudar a Carolina. Podem ir aqui e saber mais.
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