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Fomos de férias com os miúdos e sobrevivemos

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No Natal decidi oferecer de presente ao homem uma viagem a Roma juntamente com uma inscrição para a própria da Maratona de Roma. Para mim seria um presente envenenado, Deusmalivre, mas ele é freak das corridas por isso adorou. Vai daí, decidi que podia ser giro levar os miúdos, nunca tínhamos feito nenhuma viagem de cidade com eles, por isso era um bom destino. Entretanto, descobri que os meus sogros e uma tia do meu homem nunca tinham ido a Roma, por isso decidimos oferecer-lhes também a viagem como presente de Natal. Era o dois em um perfeito: para eles porque iam conhecer uma cidade nova, e para nós porque sempre tínhamos reforços caso os miúdos se passassem da cabeça.  Se começassem com grandes birras eram imediatamente recambiados para os restantes familiares, tipo "vai ali berrar para o colinho da avó que ela já está cheia de saudades". E pronto, lá fomos nós.

Tendencialmente, somos pessoas assim muito a atirar para o descontraído, por isso o nível de stress com a viagem era zero. Mas, à medida que ia publicando fotos das nossas férias no Instagram e ia recebendo dúzias de mensagens de outras mães, comecei a perceber que
se calhar não somos descontraídos. Se calhar somos só péssimos pais, porque a quantidade de preocupações que passam pela cabeça da malta é meio assustadora. No nosso caso, não houve grande planificação. Acho que a única coisa que decidi logo é que ficávamos num apartamento em vez de um hotel. Não só porque éramos muitos e ficava bastante mais em conta, mas também porque achei que com a bebé poderia dar mais jeito. Mesmo assim, basicamente só lá íamos dormir. Saíamos de manhã cedo e só voltávamos depois de jantar. Excepto num dia em que o Benfica jogou e por isso jantámos em casa para a malta poder ver a bola. Prioridades.


Um dos temas que mais questões suscitou foi mesmo o da alimentação. Tipo "levaste sopas congeladas para a Beni?" ou "e o que é que o Mateus comeu?". Ora bem, para a Beni - e devidamente autorizada pela pediatra- levei boiões de sopa, iogurtes e resolveu-se o assunto. Não estava para ir com comida congelada atrás, como é óbvio, e como foram só três ou quatro dias também ninguém morreu por comer boiões. Levava para os restaurantes, pedia para aquecer e estava o assunto resolvido. Muitas pessoas me perguntaram a marca, mas não faço ideia, são marcas que se vendem em qualquer supermercado. Levei várias diferentes, não fosse dar-se o caso de levar só uma marca e ela odiar, e não houve drama. Também podia ter comprado lá, mas não me apeteceu andar com esse stress de ter de andar enfiada em supermercados e não conhecer bem os produtos, por isso levei tudo. Muita gente também perguntou se não houve problema no aeroporto: nop, nenhum problema, levámos tudo numa mochila-lancheira grande (estas da Caia, que dão um jeitaço) e passa tudo no controlo.



Quanto ao Mateus, nem sequer percebo bem a pergunta. Ele tem quase seis anos, já come de tudo, e se há país onde é fácil os putos gostarem da comida é em Itália, por isso não houve stress. No caso dele, como odeia comer, tanto fez estar em Roma como em Lisboa. Mas pronto, lá se foi safando à base de bolonhesa.

Depois houve muitas perguntas sobre as sestas da Benedita. Onde é que ela dormia? No carrinho, claro. Não íamos parar o nosso dia para voltar a casa e ela fazer as sestas, por isso dormi no carrinho. Muita hora dormiu ela a ser empurrada pelas ruas de Roma. Só tinha um carrinho bengala do Mateus, que não tem aquela parte de baixo onde se podem guardar coisas e que achei que daria jeito em viagem, por isso no dia antes enfiei-me na Chicco a escolher um carrinho de passeio, até porque no avião só deixavam ir carrinhos que não fossem desmontáveis, ou seja, de uma única peça. Estive ali muito dividida entre o Ohlalà e o Miinimo2, e acabei mesmo por escolher uma edição especial do Miinimo. Óptima aquisição. Não só é lindão como é mesmo MUITO prático, super leve, dobra-se em fole e, como o nome indica, fica mínimo. Além disso reclina completamente, era condição essencial, por isso é que deu para a Beni fazer longas sestas.  Também me perguntaram onde é que lhe mudava a fralda: no carrinho, sempre. Cobria o carrinho com uma fralda de pano grande e estava feito.



Como é óbvio, quando se viaja com miúdos é preciso apurar o lado prático, descontrair e perceber que dificilmente dá para manter todos os hábitos e rotinas que temos com eles no dia-a-dia. Mas se a ideia é essa, então mais vale nem ir. A minha única "preocupação" eram mesmo as noites, porque andamos há várias semanas a tentar impor uma rotina de sono à Benedita e já sabia que ia lixar tudo. Porque não ia fazer as sestas à hora suposta, porque iria para a cama mais tarde, etc e tal. Mas pronto, é a vida, quando voltássemos de viagem logo voltávamos às rotinas, mesmo que isso implicasse alguma regressão. Por acaso correu bem. Na primeira noite em casa ainda se armou um bocado em parva, mas na segunda já estava tudo a rolar normalmente.



Percebo que as pessoas tenham algumas preocupações, sobretudo se é a primeira vez que vão viajar com as crianças, mas também acho que é preciso reduzir MUITO os níveis de stress e ansiedade, porque senão as férias vão só ser um inferno. Preparem-se para lixar os horários todos, preparem-se para saltar um banho ou outro, preparem-se para eles comerem mais porcarias do que o suposto... e, sobretudo, preparem-se para os ouvirem queixar-se. Decidimos não levar carrinho para o Mateus (já não usa há uns três ou quatro anos), por isso o desgraçado teve de palmilhar a cidade toda connosco. E nunca andámos menos de dez quilómetros por dia. Mas pronto, entre paragens e cavalitas do pai, conseguiu sobreviver. Claro que estava sempre a perguntar quando é que voltávamos para o hotel, mesmo que tivéssemos saído de casa há sete minutos, e duas ou três vezes ainda deixou escapar que preferia ter ficado em Lisboa com os outros avós, mas pronto, é a vida. Efectivamente, com estas idades eles ainda não aproveitam grande coisa, e se calhar vamos reconsiderar muiiiiiiito até o levarmos num próximo destino de cidade mas acho que até se portou bastante bem para estica que foi. Como já tínhamos ido a Roma várias vezes e já tínhamos batido os monumentos e museus todos, desta vez decidimos saltar essa parte. Até porque já estava a ver o Mateus a passar-se no Vaticano ou assim. Achámos bom poupá-lo (e poupar-nos) a isso.



Ahhh, preços, também perguntaram muito. Então, marquei os voos com seis meses de antecedência (penso que em Novembro), por isso consegui preços óptimos, mais ou menos 70 euros por pessoa na TAP (a Beni ainda não paga, mas tem de ir ao colo de um adulto). O apartamento não chegou a 700 euros para três noites. Os hotéis em Roma são caros, por isso compensou bastante. De resto, as refeições não são particularmente caras, come-se muito bem em qualquer lado, mesmo em restaurantes mais em conta. Na noite em que cozinhámos em casa acho que gastámos uns 20 euros em supermercado. O truque é mesmo marcar com tempo, porque em cima do joelho os preços disparam.

De resto, acho que foi tudo super tranquilo. Os voos correram bem (a Beni foi quase sempre a dormir e o Mateus foi entretido com as cenas dele), tivemos bastante sorte com o tempo e ainda consegui ver o Papa na Praça de São Pedro, coisa que nunca tinha acontecido e que achei mesmo, mesmo especial. No meio disto tudo, o homem não treinou nada nos meses antes, por isso não correu a Maratona, ficámos só a ver os outros maratonistas a passarem. Cheira-me que vamos ter de lá voltar para o homem tratar do assunto. 

Ficam mais algumas fotos:


































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