Tudo muito lindo. A entrega dos Óscares, os vestidos da passadeira, os discursos, a emoção, uma maravilha. Mas chutem tudo para o canto, que o fuzuê do dia (do mês? Do ano? Da vida?) vai directamente para as mãos da Lady Gaga e do Bradley Cooper. Parabéns, meus amores, são oficialmente o assunto do momento. Para os três de vocês que possam estar a ler sem fazer a mínima ideia do que é que estou a falar, eu explico. Então, toooooda a gente que viu o "A Star is Born" ficou a achar que havia ali qualquer coisa entre a Ga e o Bra. Claro que alguns alegaram que era tudo técnico: beijo técnico, amasso técnico, olhares técnicos, química técnica, "quero-tanto-saltar-te-para-cima-técnico". Eram só eles a desempenharem lindamente os seus papéis de actores, assim super convincentes. E técnicos, claro, sempre técnicos. Mas depois do filme começaram a
aparecer juntos aqui e ali, ele fez surpresinha num concerto dela e, pelo meio, nem a Irina (namorada do Bradley, para quem tem vivido debaixo de uma pedra nos últimos tempos) nem o noivo da Gaga eram avistados. Era como se não existissem. Mas, claro, estavam descansados da vida, porque era sempre tudo técnico, muito técnico, a maldade estava só nos olhos das pessoas. E estava tudo na paz do Senhor até as revistas começaram a fazer notícia com o mel todo (técnico) que há entre o casal CoopGaga e estávamos nós nisto quando cai a bomba: a Gaga acaba com o noivo. Ahhhhhhh! O horror, a tragédia, a salganhada que vai para aqui. O mundo veio abaixo e começámos logo a imaginar o Bradleyzinho e a pequena Gaga a cantarem o Shallow em conchinha. Perante todos estes factos - e já se sabendo que a dupla iria cantar nos Óscares - estava tudo mortinho pelo grande evento.Eis-nos chegados à passadeira vermelha e lá vem o Bradzinho de mão dada com a Irina, que é tipo um Airbus, assim um A380. E, claro, começámos todos a tentar decifrar o que é que se estava ali a passar. Estaria a Irina enxofrada? Estaria a vida do Bradley em risco perante uma ameaça da máfia russa? Eles bem que olhavam um para o outro, a tentar transparecer amor e normalidade, mas a mim não me enganam eles. Ela tem sempre aquele ar de poker face, de quem diz pouco mas vê muito. Não me inspira confiança, acho-a sonsaaaaaaaa. É tipo gato, quando uma pessoa se distrai já nos espetou as unhas nas costas. Já ele... eh pá, pareceu-me que estava em esforço, mas posso ser só eu a ter aqui alguma má vontade para com a pequena Irina, que me está entalada desde os tempos do Cristiano.
E onde andava a Gaga no meio disto tudo? Andava também a passear na passadeira vermelha, mas sozinha, que o vestido era tão grande que não havia espaço para mais ninguém. E também, que merda de ideia, despachar o noivo mesmo antes dos Óscares. Não sei se estava à espera que o Bradley fizesse o mesmo e enviasse a Irina de volta para a Rússia, mas não correu bem, que aquela mulher tem nervos de aço e cheira-me que não larga o Bradley sem dar luta e sem lhes arrancar um rim à dentada.
Chegados à sala, o impensável acontece. Na primeira fila temos:
- Bradley
- Irina no meio
- Lady Gaga
- Tensão de cortar à faca, apesar de todos sorrirem muito e parecerem amigos mesmo muito amigos e nada constrangidos com aquilo. Pronto, se calhar só eu é que estava. E quando chega o grande momento da noite e o Bradley e a Lady sobem a palco para cantar, foi o descalabro. Aquilo até começou bem, ele em pé, ela ao piano, a devida distância de segurança, só uns olhares marotos, mas tudo tranquilo. Mas quando a música se aproxima do fim e o Brá se vai sentar ao lado da Gá, o caldo entorna, mas assim de uma maneira que não houve quem não apanhasse com as nódoas. A química e cumplicidade que se sentiu entre aqueles dois dava para enfiar num tacho e fazer um bolinho de amor (inserir muitos emojis de coração). Eu não sei se vos aconteceu o mesmo, mas eu senti que estava a mais e que se calhar devia ir andando para deixar aqueles dois à vontade. Juro que se estivesse lá me levantava e gritava "BEIJA! BEIJA! BEIJA!", tamanha a tensão sexó-coiso que se fazia sentir. Na plateia ninguém filmou a Irina, mas aposto que se filmassem ela estaria impávida, de sorriso nos lábios, mas com aqueles seus dois olhinhos frios de Husky siberiano a lançar facas afiadas em direcção aos rins do parzinho querido.
Claro que se pode dar o caso de a Irina não ter visto o "A Star is Born", de não ter internet, nem televisão, nem acesso a jornais e a revistas e por isso nunca ter dado por nada. Há sempre essa hipótese. Mas eu acho que ela já topou que, se não se põe a pau, o Bradley lhe põe uns patins. De gelo, que é coisa que existe em abundância lá na terra dela. Caraças, o sangue frio que a mulher teve para aguentar aquela cerimónia toda sentada entre o casal fofi, sempre de sorriso nos lábios. É preciso uns nervos de aço e ela superou a prova com nota máxima.
Tenho para mim que há muita gente a torcer para que a história de amor salte do filme para a realidade. Por não simpatizarem com a Irina (aguenta-te, filha, não podes ter essa cara, esse corpo e ainda querer ser amada por todos) ou só porque achavam giro e acreditam que há mesmo ali alguma coisa que não é muito normal. E depois também há quem diga que isto é tudo marketing, que eles continuam a alimentar esta história mas sempre num plano técnico, que são uns actores do caraças e que nós caímos todos que nem uns patinhos. E que, pior, somos péssimas pessoas por não acreditarmos que um homem e uma mulher podem só ser amigos e que é muito feio desejarmos o final da relação de alguém, ainda por cima com filhos à mistura.
Ora bem, verdade seja dita eu estou-me um bocado nas tintas para o que esta gente faz, sou apenas apreciadora de uma boa escandaleira. E pronto, vá, admito, não vou à bola com a Irina. Das poucas vezes que a ouvi falar (sim, ela fala) não apurei ali nenhuma substância, parece-me tão linda quanto desinteressante. E o Bradley não. É esperto, interessado e não me parece que os dois metros de pernas da Irina sejam suficientes para o amarrar à relação. Já a Gaga, sendo meio esgroviada, sempre me parece ter mais qualquer coisa além de uma voz do caraças. Por isso - e por ser daquelas que acham mesmo que há ali uma cumplicidade caliente e meio sinistra - não me admirava nada se de hoje para amanhã eles anunciassem que estão juntos. "Ah, mas e a Irina, não tens pena?". Hmmmmm... não. Tenho para mim que não ficaria muito tempo disponível no mercado, que a mulher é tipo um T1 em Lisboa. Pode custar sete milhões que arranja-se comprador em menos de nada.
Posto isto, vamos lá ver como é que esta história vai acabar. Pelo sim, pelo não, se eu fosse a Lady Gaga evitava sair à rua sozinha e mesmo em casa acho que andava constantemente a olhar por cima do ombro. E talvez não fosse má ideia comprar uma latinha de gás pimenta. É que a russa tem ar de quem não se fica. Se ela aguentou a família Aveiro por cinco anos, não é uma loura platinada baixota que lhe vai agora roubar o homem. Faz cautela, Gaga, que em menos de nada viras picadinho para bife tártaro.