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Channel: A Pipoca Mais Doce
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"Adoro fazer mudanças". Oi??????

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Mudar de casa é horrível. Não me lixem, é H-O-R-R-Í-V-E-L! Desconfio sempre de pessoas que dizem que adoram fazer mudanças, acho sempre que são as mesmas que adoram tirar sangue e que são grandes apreciadoras de uns pezinhos de coentrada. Medo de vocês, pessoas, medo! Eu olho à minha volta e tenho vontade de largar a chorar, tendo em conta a empreitada que tenho pela frente. Já fizemos muita coisa, mas ainda falta outro tanto. Ou mais. E eu sou a rainha da procrastinação, tudo me parece mais interessante do que enfiar a vida em caixotes. Até o consultório do Quintino Aires eu dei por mim a  ver esta manhã. Penso que está explicado o meu nível de desinteresse pelo tema "mudanças".

Mas pronto, agora não há volta a dar. A casa está comprada, está pronta, por isso temos mesmo de nos pôr na alheta. Mas há aqui vários problemas. O primeiro, e talvez o maior de todos, talvez seja o facto de nos irmos mudar para uma casa com metade do tamanho. Pois, é verdade. Como é que conseguimos essa proeza? Simples, vamos passar de um
T8 para um T4. Não estou a dizer isto para me gabar, até porque a casa nem sequer é minha. Tivemos foi uma sorte do caraças quando, há cinco anos, conseguimos arrendar uma casa deste tamanho por um preço decente. Preço esse que, entretanto, deixou de ser decente e que se preparava para aumentar ainda mais no início do próximo ano. Sempre soube que quando mudasse novamente seria impossível ir para uma casa tão grande. Onde é que, nos dias de hoje, se encontra um T8 a um preço que não implique vender os dois rins, o pâncreas e, quiçá, ainda ter fazer uma perninha como acompanhante de luxo? Não se encontra, por isso lá vamos nós mudar para o nosso singelo T4, e já não é nada mau. A questão é que quando uma pessoa habita num T8, e contrariamente ao que se possa pensar, todas as divisões estão cheias, não há cá espaços mortos. Além das divisões óbvias, ainda havia espaço para um escritório, um closet, um quarto de brinquedos, uma sala de jantar ou um quarto de hóspedes. Agora vamos ter de condensar tudo em metade do espaço e eu não sei o que fazer a tanta tralha.

Estou a tentar não enlouquecer com este processo. O meu objectivo é que baixe em mim o espírito do desapego e que não me custe livrar-me de coisas. Na verdade, não preciso de um terço daquilo que tenho neste momento, por isso tenho de aprender a deixar ir. Destralhar é palavra de ordem nestas mudanças, até porque queremos simplificar a nossa vida e só ter em casa aquilo que realmente nos faz falta. Será que preciso mesmo de 27 canecas? De 13 conjuntos de lençóis? De roupas que já nem me lembro da última vez que usei? De livros que dificilmente voltarei a ler? De DVDs em que jamais pegarei? A resposta a tudo isto é "não" e é com isso em mente que me tenho livrado de muita coisa. Já dei coisas a amigos, a instituições, alguns móveis vamos reaproveitar para as casas de férias, outras coisas vão fora porque já não farão ninguém feliz... enfim, destralhar, destralhar, destralhar. Já começámos a levar coisas para a casa nova, mas vamos ter de acelerar o ritmo ou só mudamos de vez lá para 2020.

No processo de arrumação dos livros encontrei para aqui um que acabou por ser útil, chamado "Comece pela gaveta das meias". É um guia prático de organização pessoal e despachei-o em duas noites, tão focada que estava em saber mais sobre esta coisa de manter uma casa organizada. Vou ver se faço um post só com algumas das dicas que achei mais interessantes sobre o destralhanço, que assim escusam de comprar o livro. Vêem? Já estou a ajudar-vos a não levarem mais tralha para casa. Se, entretanto, tiverem para aí dicas úteis de como fazer uma mudança sem recorrer a calmantes e a whiskey, sintam-se à vontade para partilhar.

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