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A Pipoca responde... ou tenta, vá #51: Revenge of the 90's

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Se há coisa nesta vida para a qual já me falta muita pachorrinha é para saídas à noite. Não dá, pessoas, a avó já não tem estofo. A culpa não é só da minha falta de vontade, é também do facto de a noite começar tardíssimo (antes da uma ou duas da manhã está tudo às moscas) e de não haver um sítio em Lisboa onde eu me divirta MESMO. Quando saio para dançar quero ouvir música comercial, pirosona, que eu saiba cantar, hits da minha adolescência, aquelas músicas de uma vida toda. E não há nenhum sítio assim. Ou é tudo muito tum-tss-tum, ou tudo muito virado para a miudagem, com aqueles cantores de hip-hop que parecem todos exactamente iguais uns aos outros. Já não estou para isso. Se é para apanhar seca fico em casa, que sempre há um sofá, livros e séries para uma pessoa se entreter. 

Em Março do ano passado começaram a circular no Facebook uns zunzuns sobre uma festa mais ou menos secreta de seu nome "Revenge of the 90s". Ninguém sabia muito bem do que é que se tratava, o sítio era secreto, tinha de se comprar a entrada e no dia da festa recebia-se uma mensagem com todos os detalhes. Decidi ir com uma amiga porque, assim de repente, os anos 90 foram os meus anos, por isso só podia ser bom. Lá fomos e foi uma das noites mais divertidas de todo o sempre. Havia músicas que eu já tinha apagado da minha memória, mas bastavam os primeiros acordes para ter a letra na ponta da língua. Todos os hits passaram por lá. De Spice Girls a Nirvana, passando por Aerosmith, Backstreet Boys, 4 Non Blondes, Oasis, No Doubt, Ace of Base, Cher, Vengaboys, Lenny Kravitz, Spin Doctors, Blur, NSYNC, Offspring, Shania Twain, tuuuuuudo e mais alguma coisa. Também passaram músicas de filmes, de séries, de novelas, de programas de televisão, coisas com as quais muitos de nós cresceram. Lá pelo meio ainda apareceram os próprios dos Anjos a cantar o "Perdoa", o que é uma pessoa podia pedir mais? Claro que há ali muita parolada, coisas que eram más nos anos 90 e que não deixaram de o ser em 2018, mas naquele contexto tudo faz sentido. E se dá para cantar e para dançar, então está óptimo. 

As "Revenge of the 90s" foram passando de boca em boca até se tornarem num fenómeno. Há pouco tempo estive na festa do primeiro aniversário, um evento com mais de oito mil pessoas, uma verdadeira loucura. Juro que houve ali vários momentos em que me emocionei, porque as músicas acabam por nos remeter para uma data de momentos das nossas vidas. De repente estava de volta ao liceu, às primeiras paixões, aos dramas, aos amigos daquela época, e é engraçado saber que toda a gente à nossa volta passou mais ou menos pelo mesmo, mais ou menos na mesma altura. Decididamente, a malta da minha geração sente falta de sítios onde se possa mesmo divertir. E eu prefiro ir a uma festa destas de dois em dois meses do que sair todas as sextas e estar a contar os minutos para voltar para casa.

As festas mantêm tal lado secreto, que eu acho que aguça a curiosidade, e ou se compra logo a entrada ou aquilo esgota em três tempos. A próxima vai acontecer em Lisboa, dia 24 de Abril e vai ser mais um sucesso. E é giro porque a maior parte da malta leva aquilo a sério e vai vestida a rigor, com looks repescados dos anos 90. Tenho tido muita gente a perguntar-me o que é que deve vestir para uma Revenge, e eu acho que depende do quanto se quer entrar no espírito. Ou se assume o look total anos 90 (com tudo o que essa época teve de mau a nível estilístico) ou então leva-se só um apontamento, não há grandes regras. Na última festa levei uma t-shirt dos Guns e um lenço de cornucópias na cabeça, mas não falta quem leve aqueles fatos-de-treino muita pirosões ou outras coisas igualmente inenarráveis. Parte boa: ninguém quer saber. A malta está ali para se divertir.

Deixo-vos algumas peças que podem servir de inspiração para a próxima Revenge:







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