Nunca fui ao Web Summit. Não o digo com orgulho, antes com tristeza por ter calhado estar sempre em viagem nas duas edições que aconteceram em Lisboa. Fica difícil falar com propriedade daquilo que não se conhece mas, assim de repente, eu diria que um evento como estes traz muito mais vantagens do que desvantagens. Pelos vistos, sou das poucas que acham isto, porque a analisar pela quantidade de gente que utilizou as redes sociais para desancar no Web Summit, parece que isto foi o pior que nos aconteceu. Que somos todos uns parolos, uns deslumbrados, uns provincianos, que isto só serve para os organizadores enriquecerem, que é absolutamente inútil, que nos fascinamos com pouco.
Pouco? Ter o Web Summit em Lisboa pelo segundo ano consecutivo é pouco? Ter a oportunidade de ouvir uma data de gente altamente conceituada nas mais variadas áreas é pouco (este ano, por exemplo, nomes como Al Gore, António Guterres, François Hollande, Jenna Marbles, Caitlyn Jenner, António Costa, Sara Sampaio) ? Pôr Portugal no mapa é pouco? Trazer milhares de estrangeiros é pouco? Facilitar a troca de contactos é pouco? Potencializar novos negócios é pouco? Pronto, se calhar sou eu que estou a ser parola, mas eu acho incrível que o maior evento tecnológico do mundo seja feito cá.
Claro que há sempre gente deslumbrada, claro que há sempre quem só vá para ser visto, claro que se monta sempre todo um circo mediático (ainda somos pequenos em algumas coisas). Mas para quem vê a coisa como uma oportunidade para aprender, quem se desdobra para conseguir assistir a todas as palestras e mais algumas, quem aproveita para ampliar a sua rede de contactos, o Web Summit só pode ser uma coisa boa. O Web Summit é aquilo que cada um faz dele.
Ao que parece, agora que acabou está tudo muito mais aliviado. Eu incluída, que já não aguentava o rol de queixumes e de azedume em torno disto. Parece que a tendência da semana foi ser anti Web Summit. É que já não havia pachorra: porque o trânsito ficou pior, porque ficou mais difícil estacionar na Expo, porque os bilhetes são caros (comprassem com antecedência!), porque quem vai tem a mania que é geek, porque quem não vai é que é cool e contra-corrente, e mimimimimimi. Fodaaaa-se, que chatos!
Para o ano há mais. Habituem-se.