Hoje dei por mim a ter uma ideia espectacular e que até devia patentear antes de a partilhar aqui com vocês, de tão boa que é, mas pronto, que se lixe, é p'rá loucura, é p'rá loucura. Então cá vai. Os ginásios deviam ter uma nova modalidade, intitulada "mudança da capa do edredon" (ou edredão, conforme prefiram a versão francesa ou a portuguesa). Eu não sei se vocês já se dedicaram a esta actividade ou se são mais pessoas do bom e velho cobertor, mas quem tem um edredon e costuma mudar-lhe a capa sabe do que é que eu estou a falar. Uma pessoa chega ao fim exaurida, parece que levou porrada, descobre músculos nunca antes descobertos. Isto, claro, já para não falar do desgaste mental e da camadona de nervos que apanha. Ora vejamos. Em primeiro lugar é preciso tirar a capa que lá está para substituir pela lavada. Puxa daqui, puxa dali, e já está. É a parte mais fácil. Depois, vem o carnaval de enfiar o edredon na capa nova. E é nestas alturas que eu acho sempre que: a) a capa encolheu b) o edredon aumentou. É que só pode ser. É demasiado edredon para tão pouca capa. E uma pessoa está ali, a tentar segurar nas pontas do edredon e nas pontas da capa, para aquilo não fugir e ter de se começar tudo outra vez, e depois é preciso puxar em baixo, mas não dá para segurar em baixo e segurar em cima ao mesmo tempo, então em cima as pontas do edredon acabam por se soltar, e então é preciso andar ali à procura delas às apalpadelas. Quando as encontro é a parte em que subo para cima da cama e começo a fazer ondular o edredon para tentar que fique direito e esticado. E a força de braços que é preciso ter? É que aquilo não fica bem à primeira, nem à segunda, nem à décima quarta. E ali estou eu, em cima da cama, a ondular, a ondular. Quando, finalmente, está direito e devidamente encaixado na capa, uma pessoa estende-o em cima da cama e... está cheio de ar e de altos. É nesta altura que vem a parte mais ridícula do processo: rebolar na cama, primeiro de cima para baixo e depois para um lado e para o outro, até o ar sair todo. E é sempre nesta altura que eu penso que sou uma pessoa extremamente ridícula, mas não tenho outro remédio. Adiante. Quando já não resta ar, levantamo-nos da capa e olhamos para a obra: toda amachucada. Vá então de tentar alisar (recorrendo ao ferro, se for preciso!), para a coisa ficar minimamente digna. Mais ou menos três quartos de hora depois o processo está concluído e conseguimos perder, seguramente, uns bons 800g. Sempre que mudo a capa do edredon sinto que adelgacei um bocado, é melhor que um detox. Agora percebo porque é que a minha Dina é tão elegante, é ela que se costuma dedicar a esta tarefa, na minha casa e em muitas outras. Mas como não vem para a semana hoje decidi despachar já esse assunto. E, meus amigos, depois disto preciso de duas semanas de baixa. Ou de uma sesta, pronto. Mas ginásios deste meu país, se me estão a ler pensem no assunto. Um edredon pode fazer milagres pela forma física de uma mulher. Mas tem de ser dos de inverno, que são mais pesados. Nada de trafulhices!
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