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Emagrecer como a Weza (e odiá-la um bocadinho)

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Se há coisa de que gosto é daquelas histórias absolutamente inspiradoras de pessoas que mudaram de vida, que superaram um qualquer obstáculo, que foram capazes de dar a volta a qualquer coisa que não estava bem, que mostraram toda a sua resiliência e força de vontade. Gosto de relatos na primeira pessoa, gosto de gente que me faça ter vontade de saltar do sofá, de pensar "eu também sou capaz". E isto aplica-se às mais variadas áreas. Desde pessoas altamente empreendedoras, a pessoas que largaram tudo para ir dar a volta ao mundo, passando por gente que foi capaz de lutar por um amor impossível, vencer uma doença, entregar-se a um projeto solidário, o que seja. Mais do que dizerem-nos que é possível, gostamos de casos de pessoas que nos mostraram que, efetivamente, é possível. 

Ora isto tudo para dizer que me chegou às mãos, já há algum tempo, o livro da Weza Silva. Para uns
conhecida pela sua marca de biquínis e roupa desportiva, a Kaikura, para outros conhecida por ser a mulher do jornalista Luís Costa Branco, para mim conhecida por ser dona de umas das melhores barrigas do Facebook, raizapartam. O livro chama-se "Emagrecer como a Weza" e, antes que comecem já a revirar os olhos de impaciência perante a visão de maaaaaais um livro de dietas, deixem-me dizer-vos que este está longe de ser só maaaaaaais um livro de dietas. Não que já tenha lido muitos, mas este é um relato muito divertido e super descomplicado de alguém que lutou contra o excesso de peso.

Olhando hoje para a Weza, com os seus cinquenta e pouco quilos, ninguém diria que - há não tanto tempo quanto isso-, já pesou mais de 90. Culpa das gravidezes (na primeira engordou 23 quilos, na segunda 35), mas sobretudo culpa, assumida, de vários maus hábitos praticados durante anos. Falta de exercício, uma alimentação completamente desregrada, todas aquelas coisas que sabemos. A Weza não tem qualquer pudor em confessar os seus deslizes. Em como, ainda em Angola, ficava esticada no sofá a ver séries em barda, tendo como único exercício ir até à cozinha buscar sandes mistas e refrigerantes de laranja. Ou como, já em Lisboa, descobriu uma empresa de entrega de bolas de berlim ao domicílio. O pedido mínimo era de dez bolas e ela despachava todas numa só tarde.

Foi convivendo com a sua imagem a custo, foi tentando de tudo para perder peso, mas sempre sem grande motivação. Até um dia. O dia em que lhe caiu a ficha e percebeu que tinha de mudar. O dia em que, insatisfeita com o seu próprio guarda-roupa, tentou vestir umas calças do marido e a coisa correu mal. Na cabeça da Weza as calças eram gigantescas, no corpo da Weza as calças não lhe passavam dos joelhos. Foi a gota que fez transbordar o copo. Nesse dia saiu, foi jantar fora, comeu e bebeu todas as porcarias a que sentia ter direito, uma espécie de última ceia. E no dia seguinte começou uma nova vida, totalmente diferente. Contratou um PT e uma nutricionista, começou a correr e a frequentar o ginásio e, em 35 semanas, perdeu 35 quilos. 

Sem dietas loucas e, sobretudo, sem comprometer a saúde, a Weza conquistou um novo corpo e um novo estilo de vida, que segue religiosamente. Ganhou gosto pelo exercício, ganhou orgulho na nova imagem (pudera), reconheceu que estava a fazer o melhor para si. E "ouvi-la" a contar a sua história através das páginas do livro, vê-la a partilhar receitas e exercícios, a mostrar fotos do antes e do depois é, de facto, motivador. Dá vontade de largar a fazer agachamentos e flexões como se não houvesse um amanhã, mesmo que ela não esteja ali a dourar a pílula e assuma que o processo não foi fácil, que precisou de uma força de vontade daqui à lua.

A Weza tem motivos para estar orgulhosa da meta que conseguiu alcançar. Mesmo que isso implique que tenha de passar a vida a ver os abdominais dela a desfilarem no meu Facebook, ali esfregadinhos na minha cara, como quem diz "vai treinar, sua morsa" (é raro o dia em que não penso "é hoje que a bloqueio, sacana"). Estou longe (uiiiii, tão longe) de ter o espírito de sacrifício da Weza, mas um dia que me decida a isso ela será, sem dúvida, uma das minhas fontes de inspiração. Se andam para aí a lutar com uns (ou muitos) quilos a mais, acho que vão gostar de ler este livro. Pela honestidade, pela transparência, pelo sentido de humor e, óbvio, pelo final feliz. =)

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