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Channel: A Pipoca Mais Doce
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Todos os nomes

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Era certo que eu nascia em Janeiro, mas o dia era uma lotaria. Calhou vir ao mundo a 6, dia de Reis, e a minha avó paterna teve logo uma ideia brilhante: chamar Maria dos Reis à menina. Na família já tínhamos uma Maria do Natal (adivinhem? Nasceu a 25 de Dezembro), por isso Maria dos Reis não era assim tão exótico. Felizmente, e imbuídos de algum bom senso, os meus pais lá acharam que era um nome demasiado pesado para um bebé, por isso safei-me à triste sina. 

Na verdade, o nome ainda não tinha sido muito pensado.
Na altura não havia cá ecografias que desvendassem o sexo, por isso não valia a pena fazer grandes especulações. Mas falava-se em Ana. Se fosse uma menina podia ser Ana. Mas, claro, estávamos no início dos anos 80, ficar só Ana era quase crime. Porquê só Ana, quando havia tooooodo um mundo de outros nomes a explorar? E foi assim que se abriu a discussão para o segundo nome, até se chegar ao trio de potenciais vencedores: Ana Rita, Ana Lúcia ou Ana Margarida. Preferia o Rita, escapei ao Lúcia (desculpem lá, Lúcias), fiquei com o Margarida.

Se adoro? Nhé. Gosto de Ana, gosto de Margarida, dos dois juntos é que nem por isso, mas nada a fazer. Fui só mais uma das vítimas da década de 80. Hoje em dia o nome Ana não é assim tão comum, apesar de, estranhamente, figurar no top 10 dos mais escolhidos em Portugal em 2017 (assim como Margarida). Mas, no meu tempo, havia Anas ao pontapé. Na minha turma, entre Anas Ritas, Anas Sofias, Anas Marias, Anas Isabeis ou Anas Paulas, éramos sempre umas sete ou oito. E, tirando para os meus pais, sempre fui Ana para toda a gente. Até me esqueço que "Margarida" faz parte do meu nome. 

Acho que nunca tinha aqui referido aqui o meu segundo nome, por nenhum motivo em especial. Mas quando uma pessoa anuncia que se chama Ana a pergunta que se segue é sempre "Ana quê?". Lá está, ao que parece não há Anas-só-Anas neste mundo. Ontem à noite estava a fazer um directo no Facebook e, não sei porquê, a conversa resvalou para os nomes. E então lá veio a revelação do "Margarida". E, meus amigos, comparado com os nomes que algumas pessoas partilharam, devo dizer que os meus pais foram de um bom gosto praticamente irrepreensível! Dentro da parolada, até que não me safei muito mal.

Isto de escolher um nome para um filho é de uma grande responsabilidade. Acho que deviam todos chamar-se "coisinho/a" até terem idade para serem eles a escolher. Sei lá, eu gosto muito de Mateus, mas vai que, daqui a uns anos, o miúdo odeia e vai passar o resto da vida a recriminar os pais? E, no caso dele, nem sequer tem um segundo nome para o safar, é só mesmo Mateus. Bom, que se lixe, eu também aguentei o Ana Margarida, cada um carrega a sua cruz.

E se, durante muito tempo, torci o nariz ao Margarida, desde que o Camané lançou esta música que lhe tenho muito mais carinho. =)

E por aí? Gente que também já deu por si a perguntar aos pais onde é que tinham a cabeça quando escolheram o vosso nome? Partilhem, para a malta se rir um bocadinho. =)





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