A cada edição dos Globos há sempre assim meia dúzia de caras que ansiamos por ver. Regra geral, são as mais estilosas, as que nunca derrapam, as que sabem perfeitamente o que é que andam ali a fazer. Ora este ano as minhas preferidas parece que se juntaram para me estraçalhar o coração, foi desgosto atrás de desgosto. Que mal é que eu vos fiz, hã???? Acho que se fartaram de estar sempre na lista das mais bem vestidas e então "ahhh, que se lixe, vamos lá trocar as voltas a isto tudo". A questão é: se nem com estas se pode contar, o que é que nos sobra? Estas são as minhas escolhas seguras, as que nunca me falham, e este ano ensandeceram. De rastos. Estou de rastos.
O look da Claúdia Vieira grita Fido Dido por todos os lados. Assim que a vi pensei "ah, espera, foram repescar imagens dos Globos de Ouro de 1997". Não, afinal era actual. O vestido fica-lhe mal? Longe disso, que a Claudinha está ali a esfregar-nos na cara todo aquele corpaço sarado, mas é tão... nhéeeee. A cor, o corte, o penteado baile de finalistas da C+S de Famões, o colar-cobra, tudo a puxar o pé para um tempo que já lá vai e o melhor que temos a fazer é deixá-lo ir. Sinto-me febril.
Se no ano passado a Inês Castel-Branco estava no meu top 3 com aquele vestido vermelho maravilhoso, este ano veio aos trambolhões e só parou nas desilusões. Palavrinha de honra, que não sei o que é que aconteceu aqui. Ou melhor, sei, que ouvi a explicação que ela deu ontem na TV. Então, aquando da prova deste modelito Luís Carvalho, a Inês achou que aquele braço destapado estava mesmo a pedir um atropelo de tatuagens. Leitura que passou: o vestido é bonitinho mas meio entediante, podia ser usado pela minha mãe, ninguém vai dar por mim, por isso deixa-me lá aqui dar aqui um ar de quem teve condicional na prisão de Caxias para poder ir aos Globos. Problema disto: o vestido saltou imediatamente para segundo plano, estava tudo mais concentrado nas tatuagens fake. E é pena, porque com os acessórios certos o vestido ganhava logo toda uma outra dimensão. Ah, e tal, muito irreverente, muito diferente, é a cara dela, tudo certíssimo, mas não sou apreciadora.
Festa branca da Caras na Quinta do Lago? Perfeito.
Globos de Ouro? Nem por isso.
Globos de Ouro? Nem por isso.
A Maria João Bastos, outra que decidiu açoitar-me o coração. O vestido é tão datado e a cor é tão jeitosa para ir à procissão da Senhora dos Passos.
(o Louboutin está a pedir reforma ou é de mim?)
A Raquel Prates é sempre a dona disto tudo, a par da Raquel Strada acho que é a única que percebe efectivamente de moda e que tem um sentido estético (quase sempre) irrepreensível. Mas não consigo gostar deste vestido nem com molhinho de tomate. Também acho incrível que não tenha havido um empregado do restaurante onde ela jantou que tenha sido capaz de lhe dizer "dona Raquel, atenção que leva aí um dos nossos guardanapos de pano preso ao vestido". Ou isso ou aquela faixa preta é só uma manifestação de luto pelos maus looks que tivemos de engolir ontem.
Sou grande apreciadora da Victória Guerra, faço-lhe aqui todas as vénias e mais algumas, mas o estilo "Casa na Pradaria"é muito enfadonho. O vestido só não é completamente mau porque temos ali aquela bolsinha para o iPhone, toda ela em brilhantes. Essa sim, a dar o toquezinho de azeitice que todos dispensávamos. Socorro!
Acabei de morrer de tédio com o vestido-tenda-Quechua da Joana de Verona.
Foto: NIT
@inescostamonteiro