Os saldos ou promoções ou lá que raio é isto, arrancaram ontem em todo o seu esplendor. Para mim, o que marca a abertura da época é quando a Zara entra em saldos. Até lá, são apenas pequenas coisas para nos distrair. A Zara é que é a boss disto tudo. Mas ontem não pus lá os pés. A recuperar de (mais) uma gripe desgraçada, preferi ficar em casa o dia todo a estrafegar o Mateus e a assistir a mais ou menos 47 episódios de Patrulha Pata, intervalados de Legos, pistas de comboios, carrinhos vários e bolas a voar em direcção à árvore de Natal (quanto ao presépio está tombado para aí desde 3 de Dezembro, já nem me dou ao trabalho). Uma amiga enviou-me fotos da Zara do Colombo e parecia um misto de Walking Dead com início da terceira Guerra Mundial. Pilhas de roupa até ao tecto, filas até ao parque de estacionamento, a loucura instalada. E tudo por uns fantásticos cinco euros de desconto, que é o que a Zara costuma praticar nestes primeiros dias. Ora eu não pus o nariz fora de casa mas pus os dedinhos no teclado, que as lojas online existem para alguma coisa. Ou melhor, tentei, porque quando me instalei confortavelmente no sofá com o portátil no colo, eis que começo a digitar "ZARA" e... drama, horror, tensão... a tecla Z morreu. A tecla Z de Zara morreu. Todas as outras funcionam, mas a Z de Zara finou-se. Partilhei o pânico com o homem, que tinha vindo almoçar a casa, e eis que o vejo aproximar-se do meu pequenino com uma chave de fendas na mão. "Às vezes é só tirar a tecla e voltar a pôr", disse ele, tranquilidade estampada no rosto. COMO ASSIM, tirar uma tecla? Assisti à operação com o coração nas mãos, atenta a todos os movimentos, pronta a berrar-lhe durante quatro dias caso estragasse alguma coisa. Não estragou. A tecla saiu, a tecla voltou ao lugar, mas nada de Zara. O meu Z perdeu-se para todo o sempre. Chorei-o durante quatro minutos e passei ao plano B: iPhone, onde as teclas não se avariam e a Zara está à distância de uma aplicação. Portei-me bem nesta incursão virtual aos saldos. Uns botins da Bimba y Lola que andava a namorar há uns tempos e que estavam com 50% de desconto (e que já chegaram, como é que é possível????) e umas calças da Zara. Mais nada que, assim como assim, não há nada que me faça realmente falta.
E é esta questão que têm de fazer a vocês mesmas antes de embarcarem na loucura dos saldos: o que é que me faz MESMO falta? Provavelmente, vão concluir que não precisam de nada. Ou então não, que nós, mulheres, temos tanta dificuldade em assumir isso como os homens têm dificuldade em pedir direcções quando se perdem. Os conselhos são os mesmos de sempre:
- Não se percam por trapos de tendência que daqui a três meses já estão mais fora de moda do que as madeixas californianas;
- Invistam em peças de qualidade, mesmo que seja só uma. Coisas duráveis, com um corte intemporal, que dure para a vida (ou por muitos anos). Um bom casaco, uma carteira, uma camisa branca de seda.
- Também é uma boa altura para comprar básicos, coisas que se usam sempre. Com redução de preços é de aproveitar.
- Não se deixem levar por promoções manhosas. Uma pessoa vê um autocolante vermelho e parece que fica louca, perde o discernimento. Se não davam 25 euros por uma peça acham mesmo que é uma óptima oportunidade levá-la por 22?
- Estabeleçam previamente o valor que querem/podem gastar e não se desviem (muito), mantenham-se firmes e hirtas.
- Eu sei que isto agora vai ser um choque, mas alguém tem de vos contar a verdade: não há nenhuma lei que obrigue uma mulher a comprar em saldos. Podem sair das lojas de mãos vazias, não serão perseguidas pelo Polícia das Promoções. A sério.
- Também é uma boa altura para comprar básicos, coisas que se usam sempre. Com redução de preços é de aproveitar.
- Não se deixem levar por promoções manhosas. Uma pessoa vê um autocolante vermelho e parece que fica louca, perde o discernimento. Se não davam 25 euros por uma peça acham mesmo que é uma óptima oportunidade levá-la por 22?
- Estabeleçam previamente o valor que querem/podem gastar e não se desviem (muito), mantenham-se firmes e hirtas.
- Eu sei que isto agora vai ser um choque, mas alguém tem de vos contar a verdade: não há nenhuma lei que obrigue uma mulher a comprar em saldos. Podem sair das lojas de mãos vazias, não serão perseguidas pelo Polícia das Promoções. A sério.