Ora bem, porque é que nos catálogos de biquínis as modelos posam sempre agarradíssimas umas às outras? Não fazem ideia do que é que eu estou a falar? Peço a vossa atenção, sivuplé:
Percebem agora ao que é que eu me refiro? As bonitas imagens acima foram surripiadas a cinco marcas de biquinis que muito aprecio (por ordem, a Fio Rosa, a Canté, a NYOS, a Maaji e a Phax: estas três últimas à venda na Bazaar Chiado, há que aproveitar todos os momentos para fazer render o peixe) e confirmam o que vos digo: enfiam duas ou mais mulheres em biquínis e elas ficam automaticamente melhores amigas. Dançam pela praia, fazem caminhadas de mãos dadas ao pôr do sol, abraçam-se de forma ternurenta, tudo na maior paz e amor. Hã hã. Mas quem é que pensam que estão a enganar? Para já, se me pusessem ao lado uma boazona em biquíni a minha primeira ideia seria enfiar-lhe logo uma cotovelada nos dentes, só para a tirar de cena. Cá festinhas e abraços! Bem, a verdade é que não me deixo fotografar em trajes menores ao lado de gostosas. Aprendam: o truque para se parecer magra é posicionarmo-nos sempre estrategicamente ao lado de quem tenha mais 20 a 30 quilos do que nós e que insista em usar biquinis quatro tamanhos abaixo. Ou triquínis. O triquíni bate tudo. Eu lá era capaz de estar feliz e a saltitar no areal de Tróia tendo a Gisele por companhia? Ou ia estar o tempo todo a puxar o biquíni, na tentativa milagrosa que me tapasse o rabo por inteiro, qual tenda de campismo, ou servia-lhe choco frito estragado e esperava que a coisa actuasse. Probabilidade de eu vir a ser fotografada com a Gisele, em biquíni, no areal de Tróia? Alguma, sobretudo agora que ela abandonou a moda, por isso mais vale ter um plano delineado do que ser apanhada desprevenida.
Boooooom, mas voltando às moças felizes em biquíni aqui das fotos. Isto é um bocado como os anúncios aos tampões e pensos higiénicos, em que é sempre tudo espectacular. Fazem com que o período pareça uma coisa tão boa que até os homens o querem ter. Anda-se a cavalo, nada-se, corre-se, faz-se a cambalhota para trás, sempre na maior das boas disposições. Nunca se vê uma miúda a ajeitar o penso higiénico, nunca se vê uma mulher a sair de uma piscina a correr, com medo que o tampão já esteja a chegar aos joelhos, nunca se vê ninguém agarrado à barriga e a maldizer as putas das dores, nunca se vê ninguém com borbulhas do tamanho do rabo da Kim Kardashian, nunca se vê mulheres com acessos de fúria a atirarem pratos pelos ares, nada disso. É tudo impecável. E com estas moças em biquíni passa-se o mesmo. São magras, giras, têm fatos-de-banho fofinhos, estão na praia (mesmo que as fotos tenham sido tiradas em Janeiro, ali na Trafaria, com 7 graus), o que é que lhes corre mal na vida? Nada, a bem dizer.
Nota: este texto contem ironia, sarcasmo, generalizações, situações propositadamente exageradas e (aquilo que, para mim, são) piadas. Não se enervem.