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Channel: A Pipoca Mais Doce
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FARTINHA das greve do metro (prendam-me)

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O metro é o meu meio de transporte preferencial. É rápido, tenho uma estação praticamente à porta de casa e leva-me a quase todos os sítios por onde me movo nas minhas rotinas diárias. Mas já há uns bons tempos que deixei de comprar o passe, vou só fazendo carregamentos. Primeiro foi aquela brincadeira de lhe aumentarem o valor porque "ah, e tal, mas agora também dá para a Carris". Uau, que bom. O que é que me interessa se dá para a Carris, se não ando de autocarro? Era como dizerem "vamos aumentar isto mais sete euros e meio, mas atenção que também dá para a linha ferroviária jamaicana". Para além do preço do passe (a última vez que comprei ia nos 30 euros, não sei se aumentou entretanto), agora também temos o fenómeno greve. Já lhes perdi a conta. Entre greves parciais e greves totais foram umas quê? Mil? Uma pessoa fica um dia sem ver notícias e perde logo as datas das próximas 57 paralisações. Foi o que me aconteceu há uns dias, quando bati com a cara no portão do metro. E depois vá de pagar um táxi, que não tinha outro remédio se queria chegar a tempo ao compromisso marcado. Meus bons amigos, antes que se ponham já para aí com conversinhas sindicalistas, eu sou muito a favor da greve. Agora, à 39ª, e quando os meus direitos começam a ser sucessivamente lesados, já se torna mais difícil solidarizar-me com a vossa causa. Que, sinceramente, já nem sei muito bem qual é. Já me perdi. É porque já houve greves contra a privatização, contra os despedimentos, contra os cortes salariais, contra a perda das condições de trabalho, por causa das folgas, por causa das férias, por causa das horas extra, por causa da segurança e mais uns bons 85 motivos que agora me escapam. Só no ano passado foram convocadas 14 greves, cheira-me que este ano vamos pelo mesmo caminho. Dia 10 de Abril há nova greve, de 24 horas. Espreito os comentários deixados nas páginas de Facebook dos jornais, a propósito desta notícia, e são poucas as almas que ainda estão a favor. A maior parte não percebe e já nem quer perceber. Acabou-se a tolerância, a compreensão, a camaradagem. Os utentes estão a pagar por um serviço, CARO, do qual não podem usufruir três ou quatro vezes por mês. O que nos deixa a pensar que, se calhar, a ideia da privatização até não é assim tão má. E cada vez que ouço o Arménio Carlos ainda fico mais convencida disso. Desculpem lá,  já perdi a pachorra. 

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