Quando, há uns 25 anos, me punha a apalpar os embrulhos e sentia que eram moles, estava o caldo entornado. Só podiam ser pijamas. Ou peúgas. Ou camisolas de malha que picavam. Ou panos da loiça e atoalhados daquela tia que achava que, aos nove anos, já devíamos ter um enxoval completo e o mais feio possível. As coisas mudam. Aos (quase) 34 anseio por pijamas polares e quentinhos. Não me importo nada de receber roupa (vá, vales da Zara, só para garantir que corre tudo pelo melhor). E os panos da loiça dão-me jeito, nunca são demais. Também me podem pôr velas e molduras no sapatinho, mais duas coisas que, durante a adolescência, me faziam revirar os olhos de tédio. É, as coisas mudam. O Natal foi bom. Não me posso queixar dos presentes (poucos mas bons), mas mesmo, mesmo bom (e que entrem os violinos) foi estar com a família e os amigos. E enfardar sonhos, filhós e lampreia de ovos. E relembrar grandes hits do Festival da Canção. E ver a alegria dos outros a abrirem os presentes. E rever o Sozinho em Casa, o Nemo ou o Love Actually. E encher (ainda mais) o Mateus de beijos e abraços. Este Natal já está. Venha o próximo.
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