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Channel: A Pipoca Mais Doce
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Não sou velha, pá, sou mãe! Bem, se calhar estou velha...

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Sexta tive um jantar e depois desafiaram-me para dar um salto ao Bairro. Eu sou uma pessoa idosa que, perante a perspectiva de uma noite sem filhos, a coisa mais emocionante em é que pensa é "vou poder dormiiiiiiiiiiiiir". Longe vão os tempos em que se ansiava pela chegada dos fins-de-semana. Agora os fins-de-semana são... exactamente iguais aos dias de semana. Às oito da matina (na melhor das hipóteses) já está tudo fora da cama a correr pela casa atrás do Mateus, a tirá-lo de cima das mesas/sofás/cadeiras, a tentar evitar que enfie a língua nas tomadas, e outras actividades igualmente giras. Mas bom, falava eu sobre o Bairro. Não ia lá há tanto tempo que parecia uma emigrante que regressa a casa ao fim de 15 anos. Só dizia "ahhh, aqui era o bar não sei quê" (que já fechou para aí há uma década) ou "ahhhhh, olha este restaurante novo tão giro" (que já abriu para aí há quatro anos). É oficial, estou ultrapassada e já começo algumas frases com "no meu tempo". Verdade que antes de ser mãe já não saía muito (falta-me a pachorra, sou uma mulher de jantares caseiros e conversas tardias), mas agora percebi que o mundo seguiu o seu caminho e eu perdi o comboio. À uma da manhã, e já no Cais do Sodré, já eu bocejava por todos os lados, a sonhar acordada com pijamas, edredões e almofadas. O tempo a passar e eu a pensar que era menos uma hora que ia passar na cama, embalada pela perspectiva de poder dormir para aí até ao meio-dia, uma loucura. Não dormi. O despertador biológico está programadinho, eram nove e pouco e já estava a pé. E pronto, é esta a vida pós-maternidade. Agora vou ter que tirar para aí duas semanas de férias para descobrir tudo o que há de novo na vida nocturna da cidade.

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